Como o despejo de efluentes em corpos hídricos pode alterar a qualidade das águas?

A Resolução CONAMA Nº 430/2011 dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes em corpos d’água receptores. Os principais parâmetros estabelecidos pela Resolução CONAMA Nº 357/2005 são a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), que corresponde à quantidade de oxigênio necessária para ocorrer a oxidação da matéria orgânica biodegradável sob condições aeróbicas e o Oxigênio Dissolvido (OD), um indicador da quantidade de oxigênio dissolvido na água. Estes parâmetros são importantes para verificar a quantidade de oxigênio necessária para estabilizar a matéria orgânica.

Os corpos hídricos poluídos tendem a se recuperar do estado de degradação e voltar às suas características naturais ao longo do tempo, é o que se denomina capacidade de autodepuração. Entretanto, esta capacidade pode ficar prejudicada quando efluentes não tratados são lançados continuamente no corpo receptor. A presença de nutrientes, como nitrogênio e fósforo, pode provocar a proliferação de bactérias, bem como a consequente redução de OD em decorrência do processo de eutrofização.

Diante disso, percebe-se que o despejo de efluentes in natura pode alterar a qualidade das águas, aumentando parâmetros como DBO, cor, turbidez e reduzindo o OD indispensável à sobrevivência de espécies aeróbicas, como por exemplo, os peixes. Além disso, coloca em risco atividades econômicas, como a pesca, devido a qualidade do pescado, que na maioria das vezes está impróprio para o consumo.

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